#4 Ano Novo, Vida Nova?
E cá estamos nós, entrando mais uma vez em um novo ano, uma nova era, algo que por muito tempo simboliza o momento único de renovarmos nossos votos, nossos desejos, realimentarmos nossas esperanças, nossos sonhos e a nossa fé em um futuro melhor para todos.
Um ano novo bate a nossa porta e é aquele momento em que refletimos sobre tudo o que aconteceu no ano passado, os aprendizados, as conquistas e olhamos para frente conscientes do que queremos para esse novo ano que se inicia. Talvez seja o momento em que mais olhamos para o futuro de fato e traçamos cenários de mudanças, sejam de hábitos, seja de vida.
Para nós, o ano começou de uma forma extremamente estimulante, mas ao mesmo tempo bastante preocupante. Não sei quantos de vocês já tiveram a oportunidade – e vejam, é de fato uma oportunidade ímpar a qual deveria ser oferecida a todos os 7 bilhões de habitantes do nosso planeta – de visitar o Museu do Amanhã localizado na Praça Mauá no centro do Rio de Janeiro. Nós estivemos lá, por acaso no primeiro dia de abertura de 2022, fazendo turismo pela cidade e de forma despretensiosa foi o melhor dia que poderíamos ter escolhido para tal passeio e vamos explicar o porquê.
O Museu tem como objetivo abordar a nossa existência humana ao longo de todos esses anos no planeta Terra. Uma ocupação que data de mais de 200 mil anos, mas que tem importantes marcos na Revolução Cognitiva, na Revolução Agrícola e, posteriormente, na Revolução Industrial – fica aqui a deixa para recomendar a leitura do livro Sapiens de Yuval Harari.
Além, é claro, de explorar toda a vida existente no nosso planeta, o Museu traz dados chocantes da nossa ocupação e os impactos que nossos hábitos atuais têm gerado simulando cenários futuros caso não tenhamos ações diferentes no presente. Separamos para vocês os principais pontos:
• NÓS AGIMOS
Desde 1950, alteramos mais o planeta do que toda a nossa existência
A população urbana cresceu mais de 4x e atualmente mais da metade vive em áreas urbanas (1960 – 2017)
380 milhões de toneladas de plástico são produzidas anualmente – uma média de quase 50 KG por habitante do planeta (2015)
A geração de energia representa 73,2% de toda a emissão de CO² na atmosfera (dados de 2016) e a queima de combustível fóssil ainda é a fonte primária para geração de energia no mundo (aproximadamente 87% de toda a energia gerada – dados de 2020)
Uma área equivalente ao tamanho de Portugal é desmatada todos os anos (10.15 milhões de hectares por ano de acordo com os dados da UN Food and Agriculture Organization de 2015)
• O MEIO AMBIENTE REAGE
+1,1°C de aumento na temperatura global sendo os últimos 23 anos os mais quentes (de acordo com o National Centers for Environmental Information 1880 – 2020)
Em 10 anos, os efeitos climáticos mataram 14% dos corais no mundo (de acordo com a Global Coral Reef Monitoring Netwrok 2009 – 2018) 
Mais de 600 glaciares desapareceram nas últimas décadas (dados até 2019)
A acidez dos oceanos aumentou em 30% (de acordo com o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas)
24 dos 33 maiores deltas estão afundando (de acordo com o estudo liderado pela Universidade do Colorado, em Boulder, EUA 2009)
Anualmente, mais de 90 milhões de pessoas são impactadas por desastres naturais (de acordo com o EMDAT – 2020: OFDA/CRED International Disaster Database, Université catholique de Louvain – Brussels, Belgium)
E para agravar ainda mais toda essa situação, temos um cenário de aumento considerável da população – crescimento de 40% em 2100 comparado com 2020 – o que implica em mais consumo, em mais produção de energia, em mais processamento de matéria-prima e mais exploração de recursos naturais.
O futuro parece imprevisível, mas no fundo ele é bastante previsível. Esperar resultados e cenários diferentes dos atuais, quando no presente as nossas ações são as mesmas, é ilusório. O amanhã, os próximos 364 dias do ano, só serão diferentes, se o que plantarmos HOJE, for diferente.
Nossa visita ao Museu do Amanhã termina com a seguinte mensagem:
“Nossas ações, por menores que pareçam, são capazes de mudar o mundo. A cada momento, fazemos escolhas sobre nossos modos de vida. Se nos conectarmos com o planeta e uns com os outros, seremos uma ponte para um futuro sustentável. Cada um de nós faz o seu Amanhã e juntos fazemos os nossos”
E é nesse clima de “ano novo, vida nova” que convidamos todos vocês, mais uma vez, a pensar diferente. Precisamos deixar nossos hábitos antiquados de lado e olhar para o futuro, para o legado que queremos deixar na humanidade. E nada melhor do que refletir sobre isso no primeiro dia do ano. Então aqui fica o convite: vamos juntos viver uma vida nova? Vamos juntos abrir a cabeça para novas possibilidades e descobrir novos caminhos a fim de mudar o futuro?
Vem com a gente !!!
Fonte: Environment Programme (www.unep.org) G1 Globo (https://g1.globo.com/natureza/noticia/uso-desenfreado-de-plastico-ameaca-oceanos-e-saude-humana.ghtml) Our World in Data (www.ourworldindata.org)